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UM NOVO CAPITULO NA HISTORIA DE JOHNSONS BABY

 

Johnsons’s Baby é uma marca líder e tem produtos que são sinônimo de categoria. Com mais de 80 anos de excelência nos cuidados com o bebê, é uma lovebrand conhecida por todos. É tão popular que o termo “Bebê Johnson’s” se tornou uma expressão da cultura brasileira que, durante muitos anos, remetia ao estereótipo do bebê “perfeito”.

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Eu, que não sou mãe, mas cuido com muito carinho desta marca há 4 anos, sou apaixonada por nossos produtos, nossos projetos e a possibilidade que temos de falar sobre um assunto tão especial que são as maravilhosas transformações que os bebês trazem para a vida de todos nós.

 

O ano de 2017 já começou diferente, cheio de desafios como os cortes de budget para produção e mídia. Estávamos vivendo um momento com muitas discussões importantes acontecendo. Mas eu nunca deixei de me perguntar: como poderíamos ficar ainda mais próximos dos consumidores? Como garantir a influência social da marca?  Como trazer discussões mais contemporâneas para a marca em seu papel de líder?

 

E mais: como fazer isso proativamente pelo menor custo possível?

 

Com a motivação e a paixão do atendimento em parceria com uma criação sensível e obstinada, durante um brainstorm tivemos uma ideia que traria a marca para um novo patamar. Optamos por abraçar a inclusão e ressignificar o “Bebê Johnson’s”.

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Na década de 50, Johnson’s lançou o concurso Bebê Johnson’s para eleger o bebê mais bonito do Brasil. Este concurso passou a acontecer anualmente e o sucesso era tanto que a expressão “Bebê Johnson’s” tornou-se parte da cultura popular do país. Até hoje, é comum as pessoas dizerem “seu bebê é tão lindo que parece um bebê Johnson’s”. O detalhe é que durante muitos anos, os bebês eleitos sempre correspondiam ao mesmo padrão de beleza: pele branca, cabelos loiros e olhos claros.

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O NOVO BEBÊ JOHNSON’S

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Apesar do concurso bebê Johnson’s já ter passado de um concurso de beleza para um sorteio, estava claro que precisávamos evoluir a conversa da marca, que estereótipos estéticos não têm mais espaço no mundo contemporâneo e que, dentro das discussões atuais de diversidade e inclusão, era nosso dever social ressignificar o Bebê Johnson’s.

 

Durante um onboarding, liderado por mim, com o novo time de Baby, estávamos lamentando que a promoção Bebê Johnson’s de 2017 havia sido cancelada. No entanto, ao discutirmos qual seria nossa evolução para ressignificar o Bebê Johnsons, a criação teve o insight de que: ao invés de tentarmos qualificar o Bebê Johnson’s através da promoção e buscar novos adjetivos aos vencedores, deveríamos de fato buscar a neutralidade como causa afirmando que todo bebê é um Bebê Johnson’s.

 

Foi então que demos um importante passo para a marca dentro do universo da inclusão e da representatividade: apresentamos o primeiro Bebê Johnson’s com Síndrome de Down. Fazendo, desta forma, milhões de mães normalmente não retratadas na publicidade se sentirem homenageadas no Dia das Mães. A ideia de trazer um bebê com Síndrome de Down para representar este novo momento teve como objetivo trazer ao nível máximo a nossa causa da neutralidade.

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O mês de maio já estava chegando quando sugeri lançar nossa causa na data mais importante do nosso segmento: o Dia das Mães. E, para que tudo desse certo, o processo todo precisava ser muito rápido e eficiente.

 

Chamamos os líderes da marca para uma reunião “petit comitê” na agência e apresentarmos a ideia pela qual toda a agência já estava apaixonada. A reunião foi um sucesso e, mesmo entendendo que correríamos alguns riscos ao trazer pela primeira vez um bebê com Síndrome de Down na comunicação, graças a um relacionamento de muita confiança, o cliente também se emocionou e aceitou abraçar a causa.

 

Mas a batalha ainda estava longe do fim. Estávamos com os dias contados, precisávamos de uma negociação de produção muito competitiva e muita agilidade. O investimento de mídia, a princípio, também era pequeno.

 

Não tínhamos duvidas que a pessoa ideal para trazer nossa causa à vida seria o diretor de cena que já trabalhava conosco há algum tempo por todo seu conhecimento sobre a marca e pela sua sensibilidade. Não foi fácil. Foram muitas ligações, reuniões, conversas e concessões de todos os lados. Mas, ufa, conseguimos colocar o trabalho de pé.

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Cliente: ok.

Produtora: ok.

Mas os desafios continuavam.

 

Um deles foi engajar um time multifuncional que trabalharia no projeto, desde comunicação, PR, Social Listening, BI, GSI, entre outros. Afinal, precisávamos nos cercar, nos prevenir e fazer de tudo ao nosso alcance para que uma campanha concebida com tanto carinho não causasse algum ruído totalmente inesperado. Este é sempre um risco quando lidamos com causas.

 

Liderei todo este processo com muita resiliência, habilidade política e jogo de cintura, pois tinha certeza que acabaríamos encantando o país inteiro com nossa causa.

 

Ainda montamos um esquema de war game, com 3 relatórios por dia, monitoramento 24h, conversamos com profissionais da saúde, instituições, ativistas da causa, entre outros. Tudo para ficarmos o mais confortáveis possível e tentar minimizar riscos para este projeto cheio de delicadeza e sensibilidade. Por isso, cada detalhe foi pensado com muito cuidado.

Outro ponto muito importante, foi cuidar do nosso bebê e de sua família. Tínhamos uma situação especial e todo cuidado era pouco. Por isso, eu cuidei pessoalmente do contato com a família, para protegermos e orientarmos sobre a exposição da mídia e todo o suporte que fosse necessário, pois sabíamos que teriam muita exposição. Cuidei desde contratos, logística, orientação a entrevistas, conselhos e tudo mais que foi necessário. Na dúvida, era comigo que eles falavam.

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A CAMPANHA

O DESAFIO

O PROCESSO

O impacto da campanha foi tão grande que, antes mesmo dela ir ao ar, já era comentada nas redes sociais. A notícia de que Johnson’s estava fazendo um casting com bebês com Síndrome de Down se espalhou entre as mães que começaram a postar a notícia com grande excitação.

 

Diversos institutos já estavam sabendo também e todos estavam ansiosos para ver o novo bebê Johnson’s. Toda essa especulação que já acontecia antes da campanha aumentava internamente angústias e ansiedades. Neste momento, o meu papel foi de trazer tranquilidade ao cliente, estar por perto e mapear planos de ação para todos os cenários possíveis.

 

O warm up da campanha contou com alguns posts de aquecimento que traziam o conceito #todobebejohnsons com imagens de bebês reais que venceram o último sorteio, seguidos por um evento na casa da mãe e influenciadora Maria Belém, com diversas convidas para uma discussão ao estilo “mesa redonda” sobre inclusão. Nesta tarde, nós lançamos o filme no digital e, à noite, na TV. Cada comentário foi lido cuidadosamente pela nossa equipe para começar a mapear a percepção das pessoas e também discutido com o grupo multidisciplinar que estava ligado 24h por dia.

 

Depois do lançamento oficial da campanha, os números foram surpreendentes. Mais de 20 milhões de views. Mais de 1.3 milhões de pessoas engajadas. Mais de 40.000 compartilhamentos. Comentários 100% positivos. Engajamento espontâneo das celebridades locais. Neste período tivemos ainda o share recorde de toiletries de 42%. Um novo capítulo para a propaganda brasileira. E o mais importante: o reconhecimento de milhões de mães que, até então, se sentiam invisíveis para a mídia brasileira.

 

O engajamento crescia mas nós não nos acomodávamos. Ao acompanhar os comentários, continuei instigando o time internamente a irmos pensando em como crescer a campanha, como nos conectarmos com aquela enxurrada de amor que se espalhava. Fizemos relatórios proativos dentro da agência, conectamos áreas que não eram contratadas pelo cliente para nos dar suporte, tinhamos o tracking completo de comentários real time, reportagens e reações, reuniões quase que diárias para tomar decisões.

 

Todos estes resultados acontecerem em apenas 6 dias de veiculação. E o mais importante: milhares de mães e familiares foram representadas. Eles até criaram espontaneamente um movimento para apoiar nossa iniciativa, assinando seus posts com nossa hashtag, agradecendo a marca e a agência. E também nos contaram histórias lindas. Foi a situação mais especial e intensa que já vivi. Eram instituições de toda a américa latina ligando, repórteres nacionais e internacionais, famílias e colegas do mercado. Nunca tinha passado por nada igual: tão vivo e intenso. Foi necessário muito jogo de cintura para coordenar tanta novidade. A população emocionada em milhares de comentários nas redes sociais que eu virava as noites lendo com muito orgulho. Uma reação social que transbordou sentimento por todo o país.

 

Uma campanha que se tornou um grande hit no Brasil, foi exportada para o mercado norte-americano e iniciou um novo capítulo na história da Johnson’ s no Brasil e no mundo.

 

Desde então a campanha já foi reconhecida com os prêmios abaixo:

 

- Bronze no El Ojo

-1Lugar no YT Ads Leaderboard de Maio de 2017

- Grand Prix no Prêmio Colunistas

- Prêmio 7 Melhores Publicidades Brasileiras de 2017 do Catraca Livre

-10 Campanhas que marcaram 2017 pelo Meio e Mensagem

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CONTEXTO

Uma comunicação de execução muito simples, mas cheia de significado. Uma mensagem daquelas que terei orgulho não só de contar para os colegas de trabalho mas também para meus netos. Um dia das mães inesquecível mesmo antes de eu ter um filho.

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